MULHERES DOMINAM O MUNDO DOS NEGÓCIOS

por | 10 abr, 2022 | 0 Comentários

O BRASIL É O SÉTIMO PAÍS COM O MAIOR NÚMERO DE EMPREENDEDORAS, COM CRESCIMENTO DE 40% SOMENTE DURANTE A PANDEMIA

O número de mulheres donas dos seus próprios negócios não para de crescer no Brasil. Elas somam 30 milhões, cerca de 48% do universo de empreendedores nacionais, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo do mundo, feita em parceria com o Sebrae. A pesquisa também apontou que o Brasil é o sétimo país no mundo com o maior número de mulheres à frente dos negócios. Em um cenário tão propício, grandes tendências já estão sendo desenhadas para contribuir ainda mais para essa propulsão feminina.

Ao falar de empreendedorismo feminino no Brasil, não se pode deixar de fora a Rede Mulher Empreendedora (RME), primeira e maior rede de apoio a empreendedoras do Brasil, que está completando 12 anos de atuação atingindo a marca de mais de nove milhões de mulheres impactadas. Criada pela empreendedora social Ana Fontes, a partir das
suas próprias dificuldades de gerir seu negócio e incomodada com a falta de espaço para mulheres, ela deu início ao movimento e hoje tem um papel importante no apoio às mulheres na busca por autonomia econômica e geração de renda, por meio de capacitações, conteúdo qualificado, conexões, mentorias, acesso ao mercado por meio de marketplace, programas de aceleração e acesso a capital. Em sua 6a edição, a Pesquisa anual, elaborada pelo Instituto e Rede Mulher Empreendedora, aborda temas do universo empreendedor feminino e traz ainda perspectivas sobre o perfil dessas mulheres, a relação com seus negócios e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres.

“Acreditamos que uma mulher com autonomia econômica, que é dona do seu dinheiro, é dona da sua vida e de suas decisões, gera ainda um impacto social na família, na educação dos filhos e na comunidade onde vive”, afirma Ana.

A Trinova traz alguns aspectos importantes dessas pesquisas sobre o universo do empreendedorismo feminino no Brasil.


FLEXIBILIDADE E INDEPENDÊNCIA

O sonho das mulheres por trás de empreendimentos no Brasil, segundo a pesquisa do GEM e Sebrae, se concentram duas vertentes: independência e flexibilidade. Diferentes dos homens, que buscam em grande parte empreender para obter renda extra, as mulheres abrem empresas em busca de liberdade financeira e tempo. A possibilidade de conciliar o empreendimento com a família e dificuldades de se estabelecerem no mercado de trabalho de forma mais frequente são duas das principais motivações para isso.

O estudo anual da RME revelou que 34% das mulheres ouvidas em sua pesquisa anual sofreram algum tipo de agressão em relações conjugais e que, ao empreender, 48% delas conseguiram sair desses relacionamentos abusivos e até violentos.


PANDEMIA
A pandemia despertou uma explosão de empreendedoras no país. Dados da RME mostram que o número de empresárias aumentou 40% no último ano. De todas as donas de pequenos e médios negócios do país, mais da metade das empresárias brasileiras abriram o negócio nos últimos três anos. Destas, 26% abriram o negócio atual durante a pandemia.


ÁGEIS NA ADAPTAÇÃO E INOVAÇÃO
Uma pesquisa do Sebrae, de agosto de 2020, realizada em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), analisou pequenos negócios fundados por homens e mulheres. Nessa análise, foi captado que as empreendedoras demonstraram capacidade de se adaptar mais rapidamente diante das medidas impostas pela pandemia e demonstraram mais agilidade na adoção de estratégias de inovação nos negócios sendo mais rápidas na hora de digitalizar as operações. Segundo a pesquisa RME, para 62% das mulheres que empreendem o impacto da digitalização foi positivo para o negócio.

RESILIÊNCIA E CRIATIVIDADE

As mulheres empreendedoras são mais resilientes e têm visão mais humanizada do negócio. Essa é uma constatação do estudo “Empreendedoras e seus negócios 2020: recorte dos impactos da pandemia”, da Rede Mulher Empreendedora. O estudo da RME também apontou que, durante a pandemia, elas optaram pela mudança de estratégias ao invés de cortar custos. Dessa forma, os empreendimentos se mantiveram abertos, inclusive com planos de crescimento.


MULHERES EMPREGAM MAIS MULHERES
Empreendedoras geram ciclos de melhoria e reinvestimento não só no próprio negócio, ou na família, mas também em suas comunidades e no apoio a outras mulheres, segundo a Pesquisa da RME. O estudo mostrou que entre as empreendedoras que possuem sociedade, 7 em cada 10 possuem sócias mulheres. E 73% dos empreendimentos liderados por mulheres são majoritariamente femininos, contra apenas 21% dos empreendimentos liderados por homens.

“A mulher quando melhora suas condições, principalmente financeira, investe mais na educação dos filhos, apoia sua comunidade, assiste seus familiares. Além disso, a mulher contrata outras mulheres que vão reagir a essa melhora da mesma forma, potencializando mais pessoas”, comenta Ana Fontes.

DESAFIOS DAS MULHERES EMPREENDEDORAS
Mesmo com essa autoconfiança e independência há ainda muitas ainda um cenário cheio de desafios para as empreendedoras. Mesmo com autonomia e independência financeira, as mulheres ainda têm dificuldade em conseguir acesso a crédito. 47% das empreendedoras que participaram da pesquisa da RME e que solicitaram crédito, tiveram seus pedidos negados. “Muitas mulheres ainda não têm apoio e reconhecimento de que seus negócios, ainda que pequenos, fazem parte de um ecossistema potente e que gera muita riqueza”, comenta Ana.

Para conhecer a Rede Mulher Empreendedora acesse:
https://rme.net.br/

MULHERES EMPREENDEDORAS QUE INSPIRAM

LUIZA HELENATRAJANO

Luiza Helena Trajano é uma das mulheres empreendedoras mais poderosas do Brasil. Há 25 anos está à frente do grupo da rede de lojas Magazine Luiza. Ela também dedica tempo para inspirar, mentorear e investir em empreendedores por todo o Brasil. Luiza é a única brasileira na lista das 25 mulheres mais influentes de 2021 do jornal britânico Financial Times.

ZICA ASSIS

Nascida na comunidade do Catrambi, no Rio de Janeiro, ela foi babá, empregada doméstica, mas nunca desistiu do seu sonho: desenvolver um produto para tratar seu cabelo crespo. Desse sonho fundou o Beleza Natural, que hoje é uma cadeia com mais de 25 salões de beleza com foco em produtos e serviços exclusivos para cabelos crespos e ondulados.

CRISTINA JUNQUEIRA

A engenheira Cristina Junqueira tem uma carreira renomada na área financeira. Depois de passar por grandes Instituições bancárias, inovou o mercado, fundando em 2013, junto com mais dois sócios, o banco digital Nubank. Foi eleita em 2021 a segunda mulher mais importante do universo das fintechs pela revista britânica FinTech Magazine.

NINA SILVA

Fundadora do Movimento Black Money, Nina Silva é CEO da D ́Black Bank, uma fintech que conecta consumidores a empreendedores negros, fornecendo uma série de serviços financeiros 100% digitais. É considerada uma das 100 afrodescendentes mais influentes do mundo abaixo de 40 anos, pela Most Influential People of African Descent.

CHIEKO AOKI

Chieko Aoki é conhecida como a “dama da hotelaria” no Brasil, sendo uma das mulheres de negócios mais influentes do país. Ela já tinha uma longa carreira no setor quando lançou a rede Blue Tree, em 1997. Hoje, a cadeia é uma das maiores do ramo no Brasil, com 23 unidades em 17 cidades e mais de 4 mil apartamentos.

ANA FONTES

Ana Fontes é empreendedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME e delegada líder do Brasil no W20, grupo de engajamento do G20. Foi eleita uma das 20 mais poderosas do Brasil pela Forbes Brasil 2019 e vencedora do Prêmio Folha Empreendedor Social de 2020.

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