ARQUITETA KÁTIA MARQUES DESTACA OS BONS MOTIVOS PARA SE REUNIR NESSE AMBIENTE DA CASA E INVESTIR EM UM DESIGN QUE UNE TECNOLOGIA, FUNCIONALIDADE E MUITO AFETO.
A primeira necessidade básica humana é a alimentação e por esse motivo se justifica a importância dada aos novos padrões de cozinhas. Anteriormente, tratada e setorizada como serviço, hoje reina soberana em lugar de destaque. “A cozinha virou ponto de encontro dentro de uma casa, de troca de saberes e de colecionar memórias. Hoje, cozinhar é também uma forma de estar mais próximo da família, de partilhar bons momentos. Na arquitetura trabalhamos com a construção de uma cozinha de afetos que passa pelo espaço físico, mas também traz muito da história de quem habita aquele lar. Nosso desafio é criar espaços onde a tecnologia, a funcionalidade e a afetividade caminhem juntas”, revela a arquiteta Kátia Marques, que desde 1986 acompanha as mudanças que as casas têm passado nas últimas décadas. A profissional destaca ainda que estamos em fase de grandes mudanças, favorecendo sempre o nosso bem-estar. “Assumimos, portanto, a nossa necessidade principal e criamos sem querer uma tendência sem data para acabar. O que por muitas vezes foi um problema, hoje é a solução. A cozinha tornou-se bonita, com beleza digna de ser o centro das atenções em qualquer residência. Receber pessoas na cozinha é um convite para estar mais próximo”, afirma. Kátia conta que ‘a cozinha virou sala’, mas não somente na sua configuração. “Podem ser abertas, fechadas, integradas, isoladas. Fica ao gosto de cada um, mas o status de permanecer na cozinha é que está em jogo. Aquele aconchego de ‘casa de vó’, coisa das antigas, porém com muita tecnologia e elegância”, lembra.
O que não pode faltar na cozinha que virou sala?
- Iluminação adequada e específica às necessidades, coifas e depuradores potentes para evitar a dissipação de odores, fogões dos mais diversos tipos e modelos, fornos específicos, todo tipo de equipamentos que facilite e melhore o desempenho do ato de cozinhar e, consequentemente, nutrindo não só o corpo, mas a alma;
- Fim do reinado das cores branca ou bege na cozinha. “O ambiente agora tem uma diversidade de cores que valoriza o sonho dos moradores, e também podem ajudar a trazer parte da memória afetiva à vida das pessoas”, lembra Kátia;
- Revestimentos devem ter harmonia nas integrações dos ambientes;
- Deve-se investir em materiais de acabamentos modernos e diferenciados;
- A tecnologia deve estar presente e ser usada para facilitar a vida de toda família;
- A cozinha deve atender as necessidades de quem irá usá-la, por isso deve alinhar funcionalidade, beleza e praticidade.
A COZINHA TORNOU-SE BONITA, COM BELEZA DIGNA DE SER O CENTRO DAS ATENÇÕES EM QUALQUER RESIDÊNCIA. RECEBER PESSOAS NA COZINHA É UM CONVITE PARA ESTAR MAIS PRÓXIMO
Kátia Marques
TENDÊNCIA VEIO PARA FICAR?
A arquiteta acredita que sim, pois são mudanças significativas no modo de viver das pessoas. “Principalmente com a chegada da pandemia, fi car mais em casa e olhar para o lar com mais atenção foi para as pessoas uma redescoberta no jeito de viver, conviver e morar. Com isso, as pessoas estão buscando cada dia mais conforto e espaços para conviver bem e em harmonia. E a cozinha pode ser uma fonte inesgotável de bons motivos para estar juntos, para colecionar memórias e construir boas histórias, por isso o conforto é outro item muito importante neste espaço”, destaca a arquiteta, que é especializada em arquitetura de luxo, além do setor de hotelaria, bares e restaurantes.
KÁTIA MARQUES
é arquiteta e conta com escritório próprio em Piracicaba. Formada em 1986, pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), é especialista pela Faculdade Roberto Miranda (URM) em arquitetura hoteleira, bares e restaurantes e arquitetura do luxo, sendo que esta última com extensão internacional em Milão, na Itália.
0 comentários