AZEITE BRASILEIRO ESTÁ ENTRE OS MELHORES DO MUNDO

por | 4 jul, 2022 | 0 Comentários

RÓTULOS NACIONAIS SE DESTACAM EM IMPORTANTES PREMIAÇÕES INTERNACIONAIS. ENTRE ELES, O AZEITE SABIÁ É O PRIMEIRO A ENTRAR NO GUIA ESPANHOL EVOOLEUM E O ÚNICO FORA DA EUROPA A FIGURAR NO TOP 10 DA PREMIAÇÃO QUE SELECIONA ANUALMENTE OS 100 MELHORES DO MUNDO

O azeite é um produto milenar. A oliveira foi uma das primeiras árvores cultivadas há mais de 5.000 anos. O plantio para extração do azeite teve origem nos diversos povos que habitavam no mar Mediterrâneo e sua fama se expandiu com a Grécia, mencionado até em diversas passagens da mitologia greco-romana. Chamado também na época de ‘’ouro líquido’’, a denominação foi dada pelo poeta grego Homero, uma vez que o produto serviu durante séculos como real moeda de troca nas mais variadas sociedades.
Sua importância, ao longo dos tempos, resultou das múltiplas utilizações do azeite não somente na alimentação, mas também na medicina, higiene e beleza. Seus benefícios ganham, cada vez mais, comprovações científicas e pela sua relevância na história, vale lembrar que o azeite foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO, em 2021.

MAIORES PRODUTORES DE AZEITE
Os principais produtores de azeite, até hoje, estão localizados na região mediterrânea, que concentra mais de 90% da produção mundial. Os três maiores produtores são Espanha, Itália e Grécia. Portugal, apesar de ser o principal fornecedor para o Brasil, representa somente pouco mais de 1% da produção global.
O Brasil é um dos grandes importadores de azeite no mundo, atrás somente dos Estados Unidos, trazendo para o país cerca de 107 milhões de litros em 2021. Mas este cenário deve mudar nos próximos anos c om a expansão da produção nacional deste “ouro líquido”. Ganhando destaque internacional, quem diria, há dez anos, que o Brasil produziria um dos melhores azeites do mundo?
Sim, a conquista já é uma realidade!
Faz pouco mais de uma década que as oliveiras estão sendo plantadas em terras brasileiras. As maiores plantações estão no Rio Grande Sul e espalham pelos outros estados dessa região, e entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, pelas montanhas da Serra da Mantiqueira. Segundo o Instituto Brasileiro de Olivicultura, a safra de azeite extravirgem de 2020 ficou em torno de 202 mil litros no país, sendo aproximadamente 180 mil litros no RS.

AZEITES BRASILEIROS NA LISTA DOS MELHORES DO MUNDO
O azeite Sabiá, produzido em Santo Antônio do Pinhal – SP e no município gaúcho de Encruzilhada do Sul, é um exemplo de destaque da produção brasileira. Em abril de 2022, o rótulo entrou para a lista dos 10 melhores do mundo pelo prêmio espanhol EVOOLEUM Awards. A rigorosa premiação é organizada há 20 anos e essa é a primeira vez que um azeite brasileiro figura na lista do top 10 entre os 100 melhores do mundo.

Bia Pereira e Bob Costa dos Azeites Sabiá, produzido em Santo Antônio do Pinhal – SP.
Créditos: Willy Biondani

Este não é o primeiro prêmio recebido pela marca brasileira. A linha do azeite Sabiá é comandada pela jornalista Bia Pereira e o administrador e publicitário Bob Vieira da Costa, que mergulharam no mundo da olivicultura em 2014. Dali em diante, o casal não parou de se especializar e, com apenas três safras comercializadas, já acumulam mais de quarenta prêmios internacionais, sendo reconhecido inclusive como o Melhor Azeite Médio Frutado do Mundo, pelo Guia Italiano Lodo Guide, e como Melhor Azeite do Hemisfério Sul, prêmio máximo de um dos concursos mais respeitados e rigorosos da olivicultura, o italiano Leone D´Oro.

O BRASIL É UM DOS GRANDES IMPORTADORES DE AZEITE NO MUNDO, ATRÁS SOMENTE DOS ESTADOS UNIDOS, TRAZENDO PARA O PAÍS CERCA DE 107 MILHÕES DE LITROS EM 2021. MAS ESTE CENÁRIO DEVE MUDAR NOS PRÓXIMOS ANOS COM A EXPANSÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL DESTE “OURO LÍQUIDO”

Reprodução Instagram
Azeite Milonga

Quem também conquistou uma das competições de azeite de oliva mais importantes mundialmente neste ano foi o azeite Milonga, produzido na cidade de Triunfo, que fica no Rio Grande do Sul. O azeite Milonga – Arbequina, foi reconhecido como o melhor azeite do Hemisfério Sul, premiação máxima da EVO IOOC, o concurso mais importante de azeites de oliva da Itália e um dos mais reconhecidos no mundo. E nesta mesma edição, o azeite Arbequina/Coratina foi medalha de ouro e prata na variedade Koroneiki. A marca existe desde 2019 e este foi o primeiro concurso que participou com seus rótulos. Em 2021, outro azeite brasileiro já havia conquistado o prêmio de melhor do Hemisfério Sul: o azeite de oliva da Estância das Oliveiras.
O Brasil está sendo reconhecido pela qualidade de seus produtos desde 2018 em diferentes premiações, mostrando todo o potencial nacional das marcas e produtores de azeite. A Fazenda Irarema, de São Sebastião da Grama, interior de São Paulo, já ganhou medalha de melhor azeite do mundo no World Olive Oil Competition, em 2018. A marca Oliq, da região de São Bento de Sapucaí (SP), se destacou no Brazil International Olive Oil Competition e, em 2020, foi selecionado para o Flos Olei, considerado o guia de azeites mais importante do mundo. O primeiro azeite brasileiro a entrar neste guia foi o da marca Olivas do Sul, o primeiro azeite extravirgem a ser comercializado no Brasil, em Cachoeira do Sul (RS), marcando o início da história da olivicultura no país. Entre vários prêmios, o seu Blend Riserva d’oro, em 2021, foi medalha de ouro no Dubai Olive Oil Competition.
Outra referência é a Casa Mantiva, da Fazenda Jequitibá, em Consolação (MG). Foram dois reconhecimentos no World Olive Oil Competition de 2019, com medalha de ouro e medalha de prata para seus rótulos. E também tem o Prosperato, de Caçapava do Sul (RS), um dos maiores produtores de azeite extravirgem do Brasil e também muito premiado internacionalmente. Somente em 2021, foram 15 prêmios em competições na Grécia, Israel, Itália e Estados Unidos.

SAIBA COMO RECONHECER UM BOM AZEITE

Diferente do que a maioria acredita, a acidez do azeite não é a principal característica a ser levada em conta para avaliar a qualidade do produto. Este índice, analisado quimicamente, serve apenas para identificar a quantidade de ácidos graxos no líquido, que não são perceptíveis em nosso paladar.
De acordo com os fundadores do Sabiá, o frescor, por sua vez, é fundamental em um bom azeite, pois a azeitona, fruta não climatérica – que não amadurece fora do pé e que começa o processo de degradação assim que é extraída,
quanto menos exposta ao calor e ao oxigênio após a colheita e durante o processamento, mais sustenta os teores de polifenóis e outros componentes que fazem bem à saúde.
A análise sensorial, realizada em painéis por especialistas da olivicultura – os chamados sommeliers de azeite -, avalia, através de degustações detalhadas, características com base em parâmetros de qualidade. Nos painéis, a presença de sabores frutados, o amargor e a picância do azeite são atributos que, em um produto extra virgem premium, são perceptíveis nos olfatos e paladares especializados e apontam o frescor do azeite.

No Brasil, a legislação, segundo normativa do Ministério da Agricultura, caracteriza o azeite como “extravirgem” quando ele atinge parâmetros químicos de qualidade onde considera a acidez igual ou menor a 0,8%. A análise sensorial, comum em outros países, não é exigida e ainda está sendo inserida no Brasil. Para se ter uma ideia, em países com forte presença da olivicultura, como Itália e Espanha, o azeite extravirgem deve ter, no máximo, 0,5% de acidez, e os painéis sensoriais são considerados os mais importantes, já que a análise química é facilmente fraudável.
“Notamos que pouco se sabe sobre os benefícios e diferenças fora do universo da olivicultura, o que permite que o azeite seja um dos produtos mais fraudados no mundo. Nossa missão é mostrar para os brasileiros que o melhor azeite não é o importado, mas sim o extravirgem premium, fresco, produzido no nosso país”, pontuam os fundadores do Azeite Sabiá.
Fica a dica! Prestigie os azeites brasileiros incluindo o produto em suas receitas!

ESCALA DE QUALIDADE DO AZEITE CRIADA DESDE A GRÉCIA ANTIGA
Conheça a escala de qualidade do azeite em função do ponto de maturação.
●Extraído de azeitonas verdes colhidas a mão. Geralmente – se os frutos estiverem saudáveis – são os azeites extravirgem de maior qualidade, de colheita precoce, aroma frutado verde (folhas, ervas e frutas verdes) com maior presença de polifenóis e demais micronutrientes de alta saudabilidade.
●Extraído de azeitonas quase maduras. Também são azeites extravirgem – se os frutos estiverem saudáveis – de aroma frutado maduro (frutas maduras e mais herbáceos).
●Extraído de azeitonas maduras. Geralmente são os azeites virgens, com menor incidência de polifenóis e demais micronutrientes.
●Extraído de azeitonas colhidas no chão. Neste caso, as frutas caem no chão de tão maduras. Aqui estão os azeites lampantes, que deverão ser refinados para serem consumidos.

Leia mais

Comentários

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.