#Cáentrenós

por | 4 abr, 2025 | 0 Comentários

O Poder das Crenças
Como Elas Moldam Nossas Vidas

Você já parou para pensar em como as crenças que carregamos moldam nossa forma de ver o mundo e de nos comportarmos? Muitas vezes, sequer percebemos que estamos agindo sob a influência de ideias profundamente enraizadas, que herdamos da família, da cultura ou de experiências passadas. Elas afetam nossos relacionamentos, nossas decisões profissionais, nossa autoestima e até mesmo nossa saúde emocional. Algumas crenças nos impulsionam, enquanto outras nos aprisionam. E o mais interessante? Podemos ressignificá-las.

Você já ouviu falar da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)?
Essa abordagem tem como um de seus principais objetivos ajudar a identificar essas crenças, compreender sua origem e avaliar o impacto que elas têm sobre nossa vida. A TCC se baseia na ideia de que nossos pensamentos influenciam diretamente nossas emoções e comportamentos. Se carregamos crenças disfuncionais como “não sou bom o bastante”, “o mundo é um lugar perigoso” ou “preciso agradar a todos para ser aceito”, acabamos reforçando padrões que nos levam ao sofrimento.

Sou completamente encantada por essa abordagem e pela forma como ela transforma vidas.

Tanto que me especializei e conquistei um dos meus maiores objetivos: aprimorar meus conhecimentos com a certificação internacional pelo Beck Institute, um dos mais renomados centros de formação em Terapia Cognitivo-Comportamental, localizado em Filadélfia, EUA. A profundidade e a praticidade dessa técnica me fascinam, pois nos oferecem ferramentas concretas para reformular padrões de pensamento e viver de maneira mais funcional e satisfatória.

E Como as Crenças se Formam?

Desde a infância, absorvemos mensagens de nossos pais, professores, amigos e até da sociedade como um todo. Algumas dessas mensagens são positivas e fortalecedoras, enquanto outras podem ser limitantes. Por exemplo, uma criança que cresce ouvindo que “você tem que ser o melhor” pode desenvolver, na vida adulta perfeccionismo excessivo, ansiedade, constante necessidade de validação externa, e possível crença “ Se eu não for perfeito, não serei amado”.

Outros exemplos comuns de crenças disfuncionais incluem:

  • “Trabalhar demais é a única forma de ser valorizado.”
  • “Demonstrar emoções é um sinal de fraqueza.”
  • “Relacionamentos sempre acabam em sofrimento.”
  • “Se eu pedir ajuda, as pessoas vão me ver como incompetente.”
  • “Só serei feliz quando alcançar determinado objetivo.”
  • “Eu não mereço sucesso.”
  • “Se algo pode dar errado, certamente dará.”
  • “Tenho que dar conta de tudo sozinho.”
  • “Se eu relaxar, vou perder o controle.”
  • “Errar é inaceitável.”

Com o tempo, essas crenças se tornam verdades absolutas para nós. Não as questionamos, apenas as reproduzimos automaticamente. É assim que padrões disfuncionais se perpetuam e podem impactar nossas decisões, nosso bem-estar e escolhas. Mas, felizmente, podemos mudar isso.

Imagine alguém que acredita que “errar é fracassar”. Essa pessoa provavelmente evita desafios, teme qualquer situação que envolva exposição e se cobra excessivamente. Agora, pense em alguém que tem a crença oposta: “errar é uma oportunidade de aprendizado”. Essa segunda pessoa, ao invés de fugir dos desafios, encara os erros como parte do crescimento e se permite evoluir.

O simples ato de identificar uma crença disfuncional já pode ser transformador. Quando nos tornamos conscientes dela, conseguimos questioná-la: essa crença realmente faz sentido? Ela é baseada em fatos ou em uma interpretação distorcida da realidade? Como seria minha vida se eu pensasse de outra forma?

A TCC trabalha exatamente nesse ponto: no reconhecimento e na reestruturação de crenças que nos prejudicam. O terapeuta ajuda o paciente a mapear esses padrões de pensamento e a substituí-los por crenças mais adaptativas e realistas. O processo envolve técnicas práticas, como questionamento socrático (uma espécie de investigação dos próprios pensamentos), experimentos comportamentais e registros de pensamentos.

Um dos diferenciais da TCC é que ela não se limita à fala, ela convida à ação. O paciente aprende a testar novas formas de pensar e agir, criando experiências concretas que desafiam suas crenças antigas. Se alguém acredita que “não é capaz de falar em público”, pode ser incentivado a dar pequenos passos, como falar em uma reunião menor, até perceber que sua crença não condiz com a realidade.

A grande questão é que nossas crenças determinam como nos posicionamos diante do mundo. Se elas forem rígidas, limitantes ou distorcidas, nossas escolhas e emoções também serão. Ao flexibilizá-las, ganhamos liberdade, autonomia e qualidade de vida.

Por isso, um dos maiores presentes que podemos dar a nós mesmos é essa investigação interna. Quais crenças têm guiado sua vida? Elas realmente refletem a realidade ou estão baseadas em medos e experiências passadas? E, o mais importante: como seria sua vida se você começasse a pensar de uma maneira diferente?

A TCC nos mostra que não somos reféns do que acreditamos. Podemos questionar, ressignificar e transformar. O primeiro passo? A consciência. O segundo? A ação. E para quem deseja viver uma vida mais leve, mais funcional e mais alinhada com seus reais desejos e capacidades, esse é um caminho que vale a pena trilhar.

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