O VINHO DE ALTA QUALIDADE PRODUZIDO PELOS BRASILEIROS COMEÇA A SE DESTACAR NO MUNDO POR SUA EXCELÊNCIA E SABOR
A paixão pelo vinho, bebida milenar de sabores variados, que faz parte da história cultural de diversos países espalhados por todo o mundo, foi o que fez dois brasileiros, o empresário Rubens Menin e o seu sócio-administrador Cristiano Gomes, criarem a Menin Douro Estates. A empresa, que planeja vender para os países europeus e exportar para os Estados Unidos, busca priorizar o mercado brasileiro, que, só em 2020, aumentou seu consumo de vinho em 20%.
A vinícola, composta por duas grandes propriedades (quintas), com 72 hectares ao todo, está localizada em Gouvinhas, no município português de Sabrosa, às margens do rio Ceira, afluente do Douro, maior curso d’água da região e um dos mais importantes do país lusófono e de toda a Península Ibérica. São onze hectares de vinhas velhas plantadas há mais de cem anos, com mais de sessenta castas identificadas. O local fica a uma altitude de 2.160 metros em relação ao nível do mar.
Sobre os sócios
Cristiano Gomes vem da área financeira e do setor imobiliário, mas sempre foi um apaixonado por vinhos. Rubens Menin, por sua vez, vem de uma família que, apesar de sempre apreciar a bebida, nunca lidou com este tipo de negócio. O ramo de atividade principal do empresário é a construção civil. A mãe, o pai e dois de seus três irmãos são engenheiros, o que fez com que, quase que inevitavelmente, ele, aos 22 anos, fundasse a sua primeira empresa: a MRV Engenharia.
A sua ascendência portuguesa o empurrou para esta nova empreitada, mas a compra das primeiras quintas foi o resultado de uma procura cercada de cuidados, com muita calma e repleta de requisitos. A primeira foi começar pela potencialidade das plantas, passando pela localização e qualidade das vinhas.
O vinho, apesar de uma grande paixão, sempre ficou em segundo plano. O empresário, atualmente com 65 anos, começou a construir seu império construindo casas populares, algo distante da refinada bebida. Atualmente, entre as suas diversas empresas estão o Banco Inter e a emissora de TV CNN Brasil. Considerado um bilionário oculto, uma vez que prefere não aparecer nas famosas listas daqueles considerados os mais ricos do mundo, é detentor de uma fortuna estimada em 15,87 bilhões de reais.
Rótulos lançados
Os primeiros rótulos lançados pela Menin Douro Estates foram o “Douro’s New Legacy Reserva 2018” e o “Menin Reserva Tinto 2019”, dois vinhos tintos do Douro, que são a face visível deste novo projeto protagonizado pelos empresários brasileiros. Cerca de 60% do “Douro’s New Legacy Reserva 2018” vem de vinhas velhas, com cerca de um século de existência, e o restante da casta Touriga Franca, com 45 anos de idade. Na Europa, ele está sendo comercializado por um valor aproximado de cem euros. Aliás, este ano, ele já chegou premiado ao mercado brasileiro. Com apenas 3.625 garrafas numeradas, o vinho ficou entre os trinta melhores tintos de Portugal e foi a “Escolha da Imprensa” pela revista especializada “Grandes Escolhas”. O rótulo também ganhou medalha de ouro no ‘Berliner Wine Trophy’, o maior concurso de vinhos do mundo, promovido pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
O “Menin Reserva Tinto 2019”, por sua vez, está sendo vendido por um valor médio de dezoito euros e, ainda este ano, serão lançados os “Grande Reserva” branco e tinto, além do “Porto Tawny” e o “LBV”, sem contar as séries especiais, edições vintage do Porto e um topo de gama com uma pequena quantidade, produzido apenas em algumas vindimas.
A Menin Douro Estates deverá propor ainda uma produção regular de vinhos com Denominação de Origem Controlada (DOC) com tintos, colheita e grande reserva.
Tecnologia e tradição
A empresa tem, acima de tudo, buscado combinar inovação e tecnologia, sem abrir mão de tradicionais métodos de produção do vinho, dentre os quais, os lagares de pisa, que nada mais são do que tanques retangulares baixos, de tamanhos variáveis, quase sempre de pedra (granito), onde as pessoas pisam os cachos de uva e o mosto (suco) da uva fermenta. Hoje, há lagares de cimento, inox ou mesmo antigos de pedra revestidos de aço inox com controle de temperatura, no entanto, a marca faz questão de agregar tecnologia para garantir produtos de alta qualidade, como no caso de uma adega de vinificação, construída em 2012, projetada pelos arquitetos Frederico Valsassina e João Horta Osório Charters Monteiro, e que está integrada à paisagem, valorizando os materiais e as características da região.
Pensando no futuro
Além de tudo o que já foi dito, Menin adquiriu também mais propriedades no Baixo Corgo, na Região Vinhateira do Alto Douro, totalizando 55 hectares. Até agora, já foram gastos mais de trinta milhões de euros neste empreendimento e o empresário acredita que o valor deve alcançar os sessenta milhões. O objetivo é transformar a Menin Douro Estates em um negócio de excelência, com um centro de distribuição moderno, adega e fábrica tecnológica. A meta, que é de produzir 360 mil litros de vinho até 2025, pode não parecer tão ambiciosa de início, uma vez que com os vinhedos já existentes daria para produzir muito além desta quantidade, porém, o foco é apostar muito mais na qualidade, investindo nos segmentos superiores, com o intuito final de comercializar vinhos de altíssimos atributos.
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