INOVAÇÃO GLOBAL A TODO VAPOR

por | 9 dez, 2021 | 0 Comentários

O ranking pelo planeta a fora

Os últimos dados divulgados neste ano pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) superam os números anteriores e são surpreendentes, principalmente, se for levada em conta a situação de todos os países entre o ano passado e o início de 2021. Apesar dos desafios encontrados, os números começaram a melhorar em 2020: as publicações de artigos científicos cresceram 7,6%, os pedidos de patentes alcançaram um recorde histórico de 3,5% e os negócios relacionados à tecnologia e inovação cresceram 5,8%, superando a média da última década. 

Os números são baseados no Índice Global de Inovação, que é formado por 81 indicadores, entre eles, “instituições”, “capital humano e pesquisa”, “infraestrutura”, “sofisticação de mercado” e “sofisticação empresarial”.

Sobre a inovação

O conceito de inovação é bastante variado, principalmente, em sua aplicação. De forma simples, ela é a exploração de novas ideias com sucesso. No mundo empresarial, isso significa, por exemplo, aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro, entre outros benefícios.

Nem só de chocolate vive a Suíça 

A Suíça foi apontada pelo ranking, pela 11ª vez consecutiva, o país mais inovador em todo o mundo. Os suíços estão, costumeiramente, conquistando a primeira posição, em virtude do modo como traduzem os investimentos na inovação em resultados, um fator essencial para permanecer no topo da lista. Apesar de ser uma nação bastante pequena, ela se destaca em termos de invenções per capita e é bem-sucedida na oferta, bem como, consistente de inovação de alta qualidade, superando até mesmo o Japão, que sempre foi conhecido por suas invenções e alta tecnologia. Além disso, o estado alpino está entre os líderes globais em gastos com pesquisa e desenvolvimento e na qualidade de suas universidades, que apostam alto no futuro.

São Paulo – O hospital A.C. Camargo, que é referência no tratamento de câncer, realiza parceria internacional de pesquisa sobre a doença com o programa Grand Challenge (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Na lista divulgada pela OMPI, o top cinco é completado por Suécia, Estados Unidos, Reino Unido e Coreia do Sul, no entanto, essa classificação não surpreende, pois todos eles estiveram entre os cinco primeiros colocados nos últimos três anos, excetuando-se a Coreia do Sul.

Alta renda e efeitos da Covid-19

O índice, geralmente, é dominado por alguns tipos de economias, principalmente, as de alta renda. Pela primeira vez, os sul-coreanos aparecem entre os mais inovadores. Isto acontece, em especial, devido ao aumento nos números de pesquisas realizadas. Outros quatro países asiáticos também podem ser encontrados entre os quinze mais inovadores: Cingapura, no oitavo lugar; China, no 12º; Japão, no 13º; e Hong Kong, no 15º.

O ranking mostra ainda como os efeitos causados pela pandemia de Covid-19 atingiram cada setor analisado. As empresas das áreas de software, internet e tecnologias de comunicação, hardware e eletrodomésticos, bem como, em particular, farmacêutica e biotecnologia, aumentaram os seus investimentos e as suas atividades de investigação e desenvolvimento, por conta das particularidades do período estudado.

Por outro lado, alguns setores foram gravemente afetados pelas medidas de contenção impostas pela pandemia, em especial, aqueles cujos modelos de negócios dependem de atividades pessoais, dentre os quais, transportes e viagens, que tiveram de abrir mão de novos investimentos por conta da grande queda na procura pelos seus produtos e serviços oferecidos.

E o Brasil?

Dentre as 132 nações analisadas, o Brasil subiu cinco posições, chegando à 57ª. Embora o país tenha melhorado sua classificação nesta última edição publicada do índice, vale lembrar que, em 2011, ele se situava dez posições acima, no 47º lugar.

Já, na América Latina e no Caribe, o Brasil ocupa o quarto lugar entre as dezoito economias analisadas. O país está atrás do Chile, em 53º, e da Costa Rica, em 56º.

Em 2021, o Brasil se destacou em maturidade empresarial (34º) e capital humano e pesquisa (48º). Possui o pior desempenho institucional (classificação 78).

Em relação ao BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a nação tupiniquim está à frente, somente, da África do Sul, que ocupa a 61ª posição.

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