Esse temido período da vida das mulheres é inevitável, mas estudos descobriram que é possível adiar a chegada da menopausa.
Dificuldades para dormir, ondas de calor, mudanças no ciclo menstrual… Sintomas como esses denunciam a chegada da menopausa, um marco na vida das mulheres. O fim permanente dos ciclos menstruais é um processo natural, que, hora ou outra, vai acontecer. Não tem jeito de impedi-lo.
Mas, se é impossível escapar, dá para adiar a chegada da menopausa – e isso diz respeito ao comportamento sexual da mulher, segundo estudo recém-divulgado pelo Colégio Universitário de Londres (University College London).
Você deve estar querendo saber o que uma coisa tem a ver com a outra. Pois bem… antes de contar isso, é preciso explicar rapidamente como a pesquisa foi feita: houve cruzamento de informações de 2.936 mulheres acompanhadas durante 10 anos pelo Estudo da Saúde da Mulher em toda a Nação (SWAN), dos Estados Unidos, com o objetivo de coletar dados que relacionassem aspectos biológicos e psicossociais à menopausa.
As mulheres assistidas tinham entre 42 e 52 anos, precisavam ter um útero intacto, pelo menos um ovário, e não podiam estar grávidas. Além disso, no começo, todas haviam tido um ciclo menstrual nos últimos três meses. A todas elas, foi aplicado um questionário com perguntas sobre comportamento sexual e se tinham algum parceiro fixo, por exemplo.
O estudo foi publicado em janeiro na revista científica Royal Society Open Science.
Números
A pesquisa observou que as mulheres que transavam pelo menos uma vez na semana (64% delas), no período da pré-menopausa e da perimenopausa – intervalo entre o fim da vida reprodutiva e a menopausa –, tinham 28% menos chance de entrar na menopausa precoce em relação àquelas que faziam sexo menos de uma vez por mês.
45% das entrevistadas que atingiram a menopausa durante o acompanhamento tinham idade média de 52 anos, dentro da média “normal” para o episódio ocorrer.
Entre as mulheres, 78% tinham relacionamento sério ou eram casadas. A maioria vivia com o parceiro, mas os pesquisadores não identificaram relação entre a convivência com homem e os feromônios deles – substância responsável pela “química entre duas pessoas” – e a idade de chegada da menopausa.
O estudo também não identificou a influência de relacionamento homoafetivo no fenômeno natural, já que as mulheres que participaram do levantamento disseram ter relacionamento heterossexual.
Hipótese da Avó
Embora preliminar e com o objetivo de ter continuidade, o estudo confirma algo que já era conhecido como “Hipótese da Avó”. O nome é curioso, né? A explicação: de acordo com os pesquisadores, os estímulos sexuais fazem o corpo entender que há chances de engravidar ainda. Por conta disso, ele começa a gastar a energia para manter a ovulação e, consequentemente, dar à mulher a chance de se reproduzir. Assim, demora mais para a menopausa chegar. Já na diminuição ou na ausência de sexo, o organismo entende que faz mais sentido gastar essa energia para outras atividades, como cuidar da família, dos netos, por exemplo. Por conta disso, o nome “Hipótese da Avó”.
Sinais da menopausa
Algumas alterações no corpo alertam que o fim dos ciclos menstruais está chegando. Uma publicação do Ministério da Saúde explica que a menopausa só pode ser confirmada depois de um ano sem a mulher menstruar.
Antes do episódio, ela entra no climatério – transição entre o período fértil e o não reprodutivo. Nesta fase, a mulher ainda pode engravidar e grande parte delas sente os sintomas, que podem ser:
Ondas de calor – estão entre os sinais mais comuns e ocorrem tanto no climatério quanto na menopausa. A sensação é explicada como uma passagem rápida de intenso calor na pele, aumento da circulação de sangue e suor.
Alterações de humor – a mulher pode ter insônia, cansaço e depressão.
Alterações estéticas – aparência das unhas, dos cabelos e da pele pode mudar, já que a redução do estrogênio desestimula a produção do colágeno.
Menstruação – o ciclo menstrual fica desregulado e pode haver atraso entre as menstruações.
Alívio de sintomas
Praticar atividades físicas e manter hábitos alimentares saudáveis pode ajudar a mulher a encarar as mudanças da menopausa. Isso também é importante para evitar problemas de saúde que podem surgir após o período, entre eles a osteoporose e doenças cardiovasculares.
Muito se fala na reposição hormonal. No entanto, isso só é recomendado quando a queda na produção do estrogênio pode causar alguma doença mais grave, de acordo com o Ministério da Saúde. E, é claro, muito importante sempre procurar ajuda médica caso haja sintomas desconfortáveis ou dúvidas sobre a menopausa.
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