Mudanças no setor imobiliário impulsionadas pelo isolamento social

por | 19 ago, 2020 | 0 Comentários

Conheça as tendências e saiba como comportamento do consumidor em busca de imóveis está mudando.

Trabalhar em casa é uma das alternativas que empresas encontraram para manter o expediente durante a pandemia do novo coronavírus. Muitas já anunciaram que o home office está dando certo e chegou para ficar. Com isso, os funcionários estão mudando os critérios de escolha de novos imóveis, impulsionando o setor imobiliário nas inovações.

Seja para ter mais comodidade durante a rotina de trabalho ou para conseguir montar o escritório e dividir num mesmo espaço o profissional e pessoal, muitas vezes a atual moradia deixa de ser a ideal. A Trinova apresenta as tendências do mercado imobiliário, que vê otimismo para o segundo semestre, segundo um estudo.

Inserido no setor imobiliário há cerca de 20 anos, Marco Marcelino, gestor comercial da empresa de construção civil Embraplan, explica que o período de isolamento também está mudando a forma de relacionamento entre clientes e empresas do setor imobiliário, principalmente em relação à desburocratização proporcionada pelo digital, processo que já ocorre há um tempo e que foi acelerado.

“O mercado imobiliário sempre se reinventa de uma forma rápida quando há mudanças econômicas. Hoje em dia, o tour virtual é o primeiro contato com o imóvel, e contratos já podem ser fechados de forma remota. Até os cartórios estão se adaptando a isso”, indica.

O profissional aponta também que as pessoas estão deixando de querer morar em casas fora de condomínios, já que eles têm melhor custo-benefício por oferecerem áreas como bosques, piscina, academia e salão de festas.

Tendências Setor Imobiliário Pós-Pandemia

VALORIZAÇÃO DO ESPAÇO

Espaços mais confortáveis, aluguéis mais baratos e flexíveis, localização e facilidade em fechar contratos estão entre as características que as pessoas consideram cada vez mais para a escolha de um novo imóvel. Por conta do maior tempo dentro deles, Marcelino afirma que é crescente o número de clientes que levam em conta o conforto e as opções da área comum na hora de fechar o contrato.

“Sentimos o aumento da procura por imóveis que, apesar de econômicos, têm uma varanda, uma cozinha integrada, uma área de lazer boa. A localização do imóvel é importante e sempre vai ser, mas hoje o espaço é considerado muito mais do que a região em que está localizado”, diz.

Uma série de encontros virtuais organizados pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) reúne profissionais que traçam as tendências para o mercado imobiliário residencial. Em uma dessas reuniões, Eduardo Tomazelli Remedi, sócio do Departamento de Auditoria da KPMG avaliou que, no caso dos Estados Unidos, as famílias estão em busca de apartamentos maiores em áreas suburbanas, onde os custos de aquisição e de aluguel são mais baixos.

Por outro lado, o consultor da Embraplan diz que os clientes que buscam pelos imóveis de alto padrão começaram a valorizar os espaços garden – o quintal do apartamento – e também aqueles com possibilidade de adaptações e com plantas flexíveis. “Há apartamentos com várias opções de plantas, então dependendo de como a pessoa que usar o espaço, já monta para ter suas necessidades atendidas. Ela pode escolher se quer quatro dormitórios com duas ou três suítes, por exemplo, ou uma adega. Isso é um diferencial e uma tendência, explica Marcelino.

ESPAÇOS COMPACTOS

Em uma live transmitida pelas redes sociais, Alexandre Frankel, CEO de empresas do ramo imobiliário e vice-presidente de Novas Tendências do Secovi-SP, avaliou que o momento também é oportuno para imóveis mais compactos e de fácil acesso ao local de trabalho e transporte público. “Quando se fala de home office, pouco se comenta a respeito das 7 milhões de pessoas que usam transporte público todos os dias em São Paulo”, acrescentou Frankel.

O especialista disse que a procura a imóveis de menor metragem também está relacionada a tendência de as empresas desenharem estratégias que flexibilizam o home office, como alternar dias de trabalho no escritório e em casa.

Assim, também aumentará a procura por soluções que juntam comodidade e tecnologia. Entre os exemplos dados pelo executivo da Secovi-SP está a possibilidade de serviços automatizados como higiene programada, decoração, melhores serviços de internet e a desburocratização do processo de locação.

Uma das empresas de Frankel, a Housi, é uma startup que oferece moradias por assinatura: locação diária, mensal ou anual. Além disso, os imóveis já são totalmente equipados conforme as necessidades do morador e não é obrigatório ter um fiador.

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OTIMISMO

Uma pesquisa da Brain, que realiza consultorias e estudos sobre mercado imobiliário, aponta aumento do otimismo dos empreendimentos no segundo semestre de 2020, se comparado a março (mês da escalada de casos confirmados e das primeiras restrições por conta do avanço da pandemia no Brasil).

As empresas ouvidas em junho que cancelaram projetos por conta da pandemia da Covid-19 foram minoria – 2%. Já 23% delas pretendem lançar normalmente os imóveis, 12% devem adiar por dois meses, e 33% por quatro meses. O restante não estipulou um prazo.

“Já havia um processo de retomada em V. Ou seja, o mercado estava em alta, teve a queda pela pandemia, e agora a retomada será muito alta. Na realidade, as pessoas não pararam de procurar por imóvel. Podem ter adiado e repensado alguns itens por conta do desemprego ou redução da renda, mas a procura continua. Há mais procura de imóveis do que oferta”, avalia Marcelino.

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