NEM TODA TOSSE É NORMAL!

por | 15 abr, 2023 | 0 Comentários

O médico Rafael Calaça Guido, um dos poucos especialistas em pneumologia pediátrica de Piracicaba, orienta os pais sobre a atenção aos sinais e sintomas para tratamento adequado, principalmente com a chegada do outono em que as crianças são as mais afetadas pelos problemas respiratórios

Basta a temperatura começar a cair durante os meses de outono e inverno para aumentar os episódios de doenças alérgicas e respiratórias, principalmente em crianças, que são as mais afetadas com gripes, resfriados, bronquiolites, asma, bronquite, pneumonia, covid-19, entre outras patologias. Os grandes vilões são os vírus, as bactérias e as manifestações alérgicas. As baixas temperaturas, o tempo seco e a maior dispersão dos poluentes pioram a qualidade do ar e irritam as mucosas respiratórias.

E entre os sintomas mais comuns está a tosse, um sistema de defesa do organismo humano, que normalmente, visa desobstruir ou expelir qualquer corpo estranho presente nas vias aéreas superiores ou inferiores. Estima-se que cerca de 8% da população conviva com esse problema, principalmente pessoas que moram em grandes centros urbanos, devido à enorme quantidade de agentes irritantes, como a poluição.

De acordo com Rafael Calaça Guido, pneumologista pediátrico da Clínica Respirar Mais de Piracicaba, um dos poucos especialistas desta área médica na cidade, é comum que as pessoas não deem importância para a tosse, mas deve-se ficar atento. Existem diversas doenças que causam tosse, chiado e falta de ar, incluindo malformações das vias respiratórias, imunodeficiências e outras doenças genéticas ou inflamatórias – por isso é tão importante uma avaliação médica cuidadosa. “Toda e qualquer tosse precisa ser avaliada por um médico, especialmente se for prolongada. Por exemplo, tosse noturna, tosse matinal, tosse ao realizar atividade física ou provocada frequentemente após uma gargalhada ou choro”, destaca Guido.

Bronquiolite afeta a primeira infância
Um dos problemas mais comuns nas estações mais frias é a bronquiolite, uma infecção dos bronquíolos que ocorre mais frequentemente em crianças menores de dois anos.

Causada com mais incidência pelo vírus sincicial respiratório (VSR), um vírus sazonal do período de outono e inverno, a infecção provoca inflamação e acúmulo de secreção nos bronquíolos obstruindo o fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões. “Quase todas as crianças têm uma infecção por VSR até os três anos de idade. A maioria delas desenvolve apenas uma infecção das vias respiratórias superiores, como o resfriado, com um nariz escorrendo, tosse leve, febre”, explica.

Segundo ele, algumas crianças podem desenvolver bronquiolite. Os sintomas tendem a piorar até o quinto dia, a tosse se torna mais presente e a criança começa a ficar mais secretiva com maior dificuldade para respirar. “Alguns bebês, especialmente aqueles com irmãos mais velhos ou que frequentam berçário, tem episódios recorrentes de bronquiolite – e nestes casos deve se avaliar se existe ou não a necessidade de algum tratamento preventivo”, explica.

Pneumonia na infância
A inflamação no pulmão, conhecida como pneumonia, pode ser ocasionada por diversos tipos de agentes: vírus, bactérias ou fungos. O pneumologista pediátrico explica que os principais sintomas da doença são: febre, tosse, perda de apetite e respiração mais rápida e cansaço. “A pneumonia é uma das principais causas de mortalidade infantil, em razão disso, é importante ficar atento aos sintomas”, diz.

Além de manter o acompanhamento médico, a vacinação é essencial para a prevenção de casos graves. A principal vacina é a pneumocócica conjugada 13-valente VPC13, recomendada para todas crianças, mas que ainda não está presente no calendário do SUS.

Mitos e Verdades sobre asma
A asma na infância não é necessariamente mais preocupante do que em adultos, mas acaba sendo subdiagnosticada e, portanto, tratada inadequadamente. “Em crianças, o diagnóstico de asma é eminentemente clínico, mas em alguns casos, a realização de exames complementares, como exames de alergia, pode contribuir para a definição do médico”, diz.

Outro ponto importante citado por Rafael, é que a asma na infância tem muitas peculiaridades. “Muitas crianças têm sua asma remitida e curam durante a infância, em momentos diversos. Como regra geral, quanto mais tarde iniciam os sintomas de asma infantil, maior a chance de que estes permaneçam na vida adulta. Por outro lado, algumas crianças que tiveram covid-19 com sintomas mais acentuados, desenvolveram um quadro de asma após a infecção”, alerta.

Pneumologia pediátrica
​A pneumologia pediátrica é uma subespecialidade da pediatria que cuida do diagnóstico, tratamento e da prevenção das doenças respiratórias que acometem crianças e adolescentes. Além disso, faz o acompanhamento de outras doenças que afetam outros órgãos, mas que também têm repercussões respiratórias.

A grande maioria das infecções respiratórias está relacionada a problemas pulmonares, ambientais, alérgicos e otorrinolaringológicos. Estas doenças causam frequentemente déficit no crescimento, no desenvolvimento neuropsicomotor, na audição, distúrbios de linguagem e do sono, alterações ortodônticas ou provocam sequelas respiratórias a longo prazo.

O médico Rafael Guido é pediatra e especialista em Pneumologia Pediátrica, com título pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Fez residência nessa área no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC- FMUSP) fazendo parte também da equipe do hospital no combate ao Covid-19. Já estagiou no Hospital Dona Estefânia, Lisboa, Portugal; e no Instituto Clemente Ferreira, São Paulo, que é referência em tuberculose, antes de vir para Piracicaba.

O que Rafael tem percebido em sua rotina de consultório é que as famílias buscam com frequência o pronto-socorro quando as crianças apresentam sintomas respiratórios, mas deixam de procurar um especialista ou esperam demais para investigar o problema com um pneumologista. “Com isso, as crianças e adolescentes acabam recebendo tratamento paliativo ou medicamentos pouco eficazes, além altas doses de corticoide que expõem os pacientes a diversos efeitos colaterais da medicação, um grande risco para as crianças”, conta.

É possível evitar esse passo, então a dica é marcar uma consulta direto com o especialista caso o paciente pediátrico apresente sintomas frequentes como: falta de ar, cansaço rápido, tosse constante, catarro e rouquidão. Chiado e dor torácica também são sinais de que algo não vai bem.

O avanço tecnológico na área da saúde, tanto para diagnóstico como para o desenvolvimento de medicamentos, contribuiu muito para um melhor conforto e menos efeitos colaterais nos tratamentos de doenças respiratórias. “O pneumologista pediátrico é o especialista que pode dar melhores condições de tratamento e fazer o acompanhamento da criança ou adolescente nessas doenças respiratórias, inclusive ser um aliado na prevenção para evitar novos episódios do problema”, conclui.

Dicas para prevenir infecções respiratórias:
– Maior hidratação do corpo;
– Aumente a frequência da amamentação;
– Evite aglomerações e ambientes fechados;
– Mantenha os ambientes ventilados;
– Higienize as mãos da criança com água e sabão;
– Evite contato com pessoas que apresentem sintomas respiratórios;
– Mantenha sempre os ambientes limpos;
– Evite contato com cigarro;
– Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos.

CLÍNICA RESPIRAR MAIS
Dr. Rafael Antonio Calaça Guido
Pneumologia Pediátrica – CRM 189.493
R. Prudente de Moraes, 1227 – Centro – Piracicaba – SP
(19) 3434-3734 – 19) 3433-4655 – 19) 99887-1227
Instagram: @drrafaelguido | @clinicarespirarmais
Facebook: /clinicarespirarmais

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