O PÃO NOSSO DE CADA DIA

por | 5 jul, 2022 | 0 Comentários

QUE TAL CONHECER MAIS SOBRE A HISTÓRIA DO PÃO, UM ALIMENTO QUE ACOMPANHA A HISTÓRIA DA HUMANIDADE?

Você é do time dos apaixonados por pães? Ele costuma ser seu companheiro no café da manhã, como guarnição no almoço ou jantar ou ainda em um lanchinho no meio da tarde? O cheiro do pão quentinho saindo do forno te encanta? Então prepara um café e escolhe seu pão preferido e vem conhecer mais sobre o pão nosso de cada dia.
Existem pelo mundo muitas variedades, receitas mais simples ou incrementadas, mas o fato é que a mistura de farinha, água e fermento acompanha o homem há mais de 6 mil anos, desde quando os egípcios descobriram a fermentação do trigo.

Para se ter ideia, quando surgiu, o pão era considerado um símbolo de poder. Os pães preparados com trigo de qualidade superior eram destinados apenas aos ricos. Se pensarmos bem, essa história não é tão diferente da realidade atual. Os egípcios se dedicavam tanto ao pão que se tornaram conhecidos como “comedores de pão”.

PARA TODOS OS GOSTOS
Pão francês, pão rústico, bengala, filão, pão caseiro, pão de cereais, ciabatta, bisnaguinha, pão sírio, pão doce, pão australiano, pão de forma, pão italiano, pão integral, pão de leite, pão sem glúten, ou seja, tem pão para os mais diferentes gostos e preferências. O que ninguém pode negar é que o pão é um dos alimentos mais tradicionais do mundo. É difícil achar quem não gosta de pão, não é mesmo?
De tão famoso, o pão ganhou até o Dia Mundial do Pão, celebrado em 16 de outubro. O dia foi instituído em 2000, em Nova York, pela União dos Padeiros e Confeiteiros e o mundo acabou abraçando a data.

QUANDO O PÃO CHEGOU NO BRASIL?
O pão chegou ao Brasil por meio dos colonizadores portugueses. O primeiro documento que narra um brasileiro consumindo pão foi uma carta escrita por Pero Vaz de Caminha. Quando as naus [portuguesas] chegaram em território brasileiro, elas traziam pães. Os índios então provaram, pela primeira vez, aquilo que era totalmente estranho, que era o pão. E a reação dos índios não foi lá muito favorável porque eles não estavam habituados a consumir aquele tipo de produto. Os produtos que se consumiam no Brasil eram derivados da mandioca e típicos da região.

E, apesar do pão ter sido trazido pelos portugueses, só ficou mesmo popular seu consumo a partir do século XIX, com a ajuda dos imigrantes italianos. E as primeiras padarias no nosso país foram abertas em Minas Gerais, depois em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O ‘PÃO FRANCÊS’ DO BRASIL NÃO É FRANCÊS
Em muitos locais do Brasil é comum chegar no balcão da padaria e pedir pelo pão francês. Mas, na verdade, a nossa receita não tem tanto a ver com os pães feitos na França. A receita surgiu no início do século XX, provavelmente perto da 1ª Guerra Mundial, por encomenda de brasileiros que tinham alto poder aquisitivo que voltavam de viagem de países da Europa.
Até o fim do século XIX, o pão mais comum no Brasil era bem diferente do pão que conhecemos atualmente. Ele tinha miolo e casca escuros. Mas, quem viajava para a França e saboreava o tipo de pão que era feito por lá, voltava encantado com o sabor e a textura. Tratava-se de um pão curto com miolo branco e casca dourada, uma espécie de precursor da baguete, atual predileção dos franceses. E com as informações dos viajantes, os cozinheiros brasileiros tentavam reproduzir a iguaria pela aparência descrita. Mas, hoje sabemos que a diferença é que nosso pão leva no preparo um pouco de açúcar e gordura.
Foi assim que nasceu nosso pão ‘francês’ de inspiração europeia que foi ganhando apelidos locais diferentes, como: “cacetinho”, “média”, “carioquinha” “Jacó” ou “filão”, em diferentes cidades do Brasil.

PÃO DE FERMENTAÇÃO NATURAL
Você gosta de pão de fermentação natural? Trata-se de um conjunto de bactérias vivas presentes no ar que, em contato com a farinha, em ambiente favorável, quebram o glúten e o açúcar da farinha. Para se ter ideia, esse tipo de pão acompanhou a evolução da humanidade e continua sendo referência quando o assunto é textura e sabor.
Trata-se de um pão com uma casca firme e crocante por fora e um interior de massa fofa, leve e saborosa por dentro.
O responsável por fermentar a massa é o levain (nome francês do fermento natural), também chamado de fermento selvagem ou massa mãe. O levain é feito basicamente de farinha e água e a criação desse fermento leva em média de sete a dez dias e exige cuidados diários. Para se ter ideia, algumas dessas massas são mantidas ‘vivas’ há mais um século e são reconhecidas como relíquias da gastronomia mundial.

O PÃO COMO SÍMBOLO RELIGIOSO
Em várias religiões o pão representa o sagrado. A Bíblia relata que Cristo compartilhou o pão com seus apóstolos na
última ceia. E ao entregar aos seus discípulos deixou a mensagem de que o pão deveria ser compartilhado, como sinal de sua divindade.
PÃO DA PAZ

O Verdadeiro Pão Da Paz

Ingredientes:
250 g de equilíbrio
50 g de dignidade
meio tablete de fermento de amor
2 xícaras de desprendimento
5 colheres de respeito
8 xícaras de harmonia
5 doses de paciência
2 pitadas de entendimento
Todas as outras receitas do livro do Pão da Paz podem ser reproduzidas e levadas ao forno, mas talvez a mais desafiadora seja a receita do verdadeiro Pão da Paz. A dica é tentar encontrar seu ‘modo de preparo.

Para quem gosta de colocar a mão na massa, uma boa dica é o livro Pão da Paz – 194 receitas de pão de países membros da ONU – Organização das Nações Unidas, escrito por Paulo Braga. O autor reproduziu e fotografou as receitas de pães que integram os países da ONU e conta no livro que a mensagem que quis passar foi de evidenciar a semelhança existente entre o conceito de paz e o ato de compartilhar o pão.

No livro o autor cita diferentes frases que ligam o pão com a paz, dentre elas, uma de Cora Coralina: “Haverá sempre esperança de paz na Terra enquanto houver um semeador semeando trigo e um padeiro amassando e cozendo o pão.”
Dentre todas as receitas que remetem ao pão e a paz, o autor compartilha uma que chama de “O verdadeiro pão da paz”. Os ingredientes não são palpáveis e podem ser encontrados dentro das pessoas.

CURIOSIDADES SOBRE O PÃO

  • No Antigo Egito, o pão era considerado uma moeda. Utilizava-se, inclusive, no pagamento de salários. Um dia de trabalho era equivalente a três pães e dois vasos grandes de cerveja.
  • Aponta-se que as primeiras padarias surgiram no Antigo Egito e, de lá, espalharam-se pelo restante do mundo.
  • A cultura judaica entende o fermento como símbolo de corrupção. Por isso, em rituais religiosos e datas específicas, produzem o pão ázimo, que não leva fermento.
  • O endurecimento do pão com o passar do tempo se dá porque ele perde sua umidade.
  • O país que mais consome pão no mundo é a Rússia, com a incrível marca de 120 quilos de pão por pessoa, por ano! Dá uma média de 10 kg de pão por mês por pessoa. Em segundo lugar vem o Chile, com a marca de 93 quilos por pessoa por ano.

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