DESCUBRA O QUE UM EMPREENDEDOR PRECISA SABER AO COGITAR UMA PARCERIA COMERCIAL E O QUE FAZER CASO A RELAÇÃO NÃO DÊ CERTO NO DECORRER DA ADMINISTRAÇÃO DO NEGÓCIO
rabalhar com um sócio não é tarefa fácil. Se de um lado este pode ajudar a alavancar uma ideia, através de aporte financeiro ou fornecimento de força de trabalho, do outro, a sua presença pode gerar uma variedade de problemas quando o acordo realizado não é muito bem estruturado, deixando uma série de pontas soltas que fazem com que uma infinidade de imprevisibilidades apareça. A verdade, no entanto, é que, infelizmente, muitos daqueles que desejam ter o seu próprio negócio não contam com o capital necessário para levar o seu sonho adiante. Além disso, a falta de experiência e conhecimento a respeito da área na qual se deseja investir também são barreiras que fazem com que o futuro empresário se alie a alguém que faça a aplicação monetária precisa ou entenda do ramo de atividade no qual se quer adentrar. A divisão de responsabilidades financeiras e da carga de trabalho, além do auxílio no momento da tomada de decisões importantes, também devem ser levados em conta. De acordo com Silmara Regina de Souza, consultora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de São Paulo, é importante que o parceiro comercial agregue à sociedade. Ela diz ainda que “uma sociedade implica em complementar. Um sócio pode ter conhecimentos e habilidades que o outro não tem. Por exemplo, se um empresário tem um perfil mais voltado para números, o ideal é que a outra parte tenha um perfil mais voltado para a divulgação, o marketing ou a gestão de pessoas e é preciso pensar nisso para o longo prazo e não apenas para uma necessidade imediata, uma vez que os desafios vão mudando ao longo do tempo”. Ademais, outra coisa é certa: a realização de um contrato, que especifique direitos, deveres e outras questões, é fundamental, afinal, ainda que uma sociedade possa ser desfeita posteriormente, é preciso observar o que o documento em questão diz a respeito deste procedimento (se existe um prazo para pedir esta saída, quanto o sócio vai receber, como o pagamento será feito etc.), pois acertar os pontos quando as coisas vão bem, é fácil, mas quando há problemas, fica muito mais difícil.
NOVAS GERAÇÕES DE EMPREENDEDORES
Apesar de toda a burocracia que rodeia o ato de abrir a própria empresa, em especial no Brasil, empreender ainda é o sonho de muita gente. E os mais jovens estão querendo entrar nessa de cabeça. Conforme um estudo realizado, em 2018, pela Universidade Técnica de Munique (TUM), na Alemanha, com validação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 56% dos brasileiros têm a pretensão de abrir um negócio e desses, 74% são jovens entre 18 e 35 anos. Outra pesquisa, de acordo com o portal Whow!, realizada por uma startup chamada Fala! Universidades, levantou dados referentes a quinhentos alunos, com idades entre 17 e 25 anos, de quase cinquenta instituições de ensino superior diferentes, entre outubro e novembro do ano passado, e apontou que 77% deles já pensaram em empreender e 35% cogitam abrir o próprio negócio ainda na faculdade. Silmara diz acreditar que isto tenha mais a ver com a característica desta geração mais jovem (Millennials e Z), pois eles não se preocupam tanto com resultados financeiros imediatos e em ter um emprego formal e sim, com mais liberdade, reconhecimento, empoderamento e colaboração, que acabam encontrando, por fim, no empreendedorismo.
O QUE É PRECISO BUSCAR EM UM SÓCIO?
No entanto, independentemente de faixa etária, algo muito importante a saber sobre o futuro sócio e que, muitas vezes, não é levado em conta, é o comportamento do parceiro de negócios dentro do ambiente empresarial. O que esta outra pessoa precisa fazer para que o negócio vá de vento em popa, dentre outras tantas coisas, é:
- Dividir as tarefas;
- Enfrentar as dificuldades com resiliência;
- Repartir os benefícios e compartilhar dos mesmos objetivos
de seu colega investidor.
FAMÍLIA E AMIZADE
Porém, quando a parceria acontece com um familiar ou um amigo muito próximo, a situação pode gerar uma série de complicações, caso não haja clareza e alinhamento de objetivos e uma afinidade real entre as partes. Quanto a esta situação, a consultora esclarece que “o problema maior não é escolher alguém da família ou um amigo, mas é a falta de confiança e de equidade nas funções e responsabilidades e não contar com uma postura profissional adequada”. Ainda segundo ela, não pode haver constrangimento, por exemplo, em documentar todas as decisões. “Não vejo como mais ou menos vantajoso evitar familiares e amigos, até porque, em vários negócios, essa relação de sociedade é bem sucedida, mas é mais do que necessário haver a convergência de propósitos e objetivos, a transparência e a postura profissional. E isso nem sempre é fácil quando o assunto é família ou o melhor amigo”, completa Silmara.
OS DOIS LADOS DA MOEDA
A partir do momento em que as sociedades, formalmente, se constituem, estas apresentam uma série de vantagens e desvantagens. Confira abaixo alguns dos benefícios e algumas das mazelas que fazem parte deste processo:
VANTAGENS
- Divisão de responsabilidades e investimentos, com diminuição da pressão sobre cada um dos sócios;
- Complementação de conhecimentos, com a exposição de novas ideias que podem beneficiar os projetos desenvolvidos;
- Apresentação de percepções e perspectivas diferentes para a resolução de problemas que podem ocorrer ao longo do processo de gestão do negócio
DESVANTAGENS
- Divergências de objetivos, ideias e pensamentos, que acabam por atribular o ambiente de trabalho e prejudicam o andamento das atividades empresariais;
- Divisão das finanças e do controle da empresa. Como podem haver objeções de ambos os lados e as decisões sempre deverão ser partilhadas, é possível a existência, a posteriori, de eventuais rusgas entre os sócios;
- Possíveis complicações inerentes ao processo de dissolução da sociedade, no caso de um desfazimento desta.
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