Quais são os CEOs mais bem pagos do Brasil?

por | 1 jan, 2023 | 0 Comentários

Uma remuneração atrelada ao patamar de sua responsabilidade e engajamento com os resultados da empresa. Quer chegar lá? Especialista destaca quais as principais habilidades que o mercado mais valoriza nesse profissional

Leila Lemes Branco

O CEO (Chief Executive Officer) é o maior cargo executivo de uma empresa e chegar a assumir essa posição ao longo da carreira é o objetivo de muitos profissionais. No Brasil, os executivos que atuam no mercado financeiro Sergio Rial, do Santander; Eduardo Bartolomeo, da Vale; e Milton Maluhy Filho, do Itaú Unibanco, foram os que tiveram as maiores remunerações em 2021. Eles estão no topo da classificação dos 10 primeiros colocados – todos eles com ganhos anuais que ultrapassam os R$ 20 milhões. Os dados, divulgados e compilados pela Forbes foram fornecidos pelas empresas nos formulários de referência, depositados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A obrigatoriedade das empresas informarem os pagamentos anuais da diretoria foi determinada em 2019, após várias disputas judiciais.

De acordo com o especialista Luiz Fernando Soller, que há 40 anos desenvolve atividades de treinamento e desenvolvimento, avaliação de performance, estratégia competitiva e melhoria contínua para empresas nacionais e multinacionais, os ganhos de um CEO se adequam ao patamar de sua responsabilidade. “No Brasil, sua atuação de dono muitas vezes implica no seu compromisso diante de todas as possíveis demandas da empresa que ele representa. O executivo está engajado em fazer o negócio ser longevo e prosperar mesmo diante de dificuldades econômicas que o mercado pode representar”, destaca. 

Em relação a outros países, o Brasil tem uma grande vantagem na formação de talentos, segundo Fernando, que também é CEO da FGS Consultoria e professor nos cursos de Engenharia na Fundação Hermínio Ometto (UniAraras). “Além de uma capacidade muito grande, dado o próprio ambiente, de adaptabilidade, culturalmente estamos abertos a conviver e aceitar culturas e posicionamentos diferentes”, explica. 

Segundo Soller, a abertura de mercado e o convívio com padrões de excelência elevados permitiu aos profissionais brasileiros repensarem suas expectativas e requerer entregas consistentes, com clima organizacional agradável e contributivo. “Neste aspecto, o investimento das organizações em formação de pessoas vem agregando de forma substancial para que estejamos à altura de qualquer profissional do mundo e para atuar nos cenários nacional e estrangeiros”.

Para quem deseja chegar a essa posição, qual a jornada?

Gestão de pessoas, é uma habilidade essencial para um líder. “O profissional que almeja uma posição de CEO precisa ter uma convicção de que ele representa o negócio para todos os fins, precisa de referências e ter uma certeza de que essa jornada não pode ser trilhada sozinho. Ter humanidade e saber que os resultados de um negócio dependem principalmente de pessoas. Precisa influenciar a equipe para que que se engaje a um propósito comum”, destaca. 

Resiliência não é mais suficiente para um executivo desse patamar. “Ele precisa ter plasticidade, para passar por dificuldades e superá-las, saindo delas melhor e mais preparado para adversidades. Uma visão estratégica e ambidestra contribui para que esse profissional confie no time que garante o andamento presente do negócio, mas que juntos também constroem o futuro, preparando-se para alcançar níveis inexplorados”, revela e completa:  “Um diferencial para um CEO é a coragem de correr riscos e de avançar em ‘lugares ainda escuros’. E permitir que seu time erre na tentativa de construir algo novo”.

Acompanhe a lista dos 10 CEOs mais bem remunerados do Brasil:

1º. Sergio Rial, do Santander

Formado em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e, em economia, pela Universidade Gama Filho, teve uma remuneração anual de R$ 59 milhões em 2021. Sergio Rial deixou o cargo em janeiro deste ano para ocupar a posição de presidente do Conselho de Administração do Santander Brasil. Trabalhou, ainda, na Cargill, Seara e Marfrig.

2º. Eduardo Bartolomeo, da Vale

Eduardo Bartolomeo, Chief Executive Officer

Formado em engenharia metalúrgica, o CEO da empresa de mineração já foi diretor-executivo de Metais Básicos da Vale, no Canadá, antes de assumir o atual posto. Sua maior remuneração anual chegou a R$ 55,1 milhões no ano passado. Já passou pela Ambev, onde o último cargo exercido foi de diretor de operações. 

3º. Milton Maluhy Filho, do Itaú Unibanco

Maluhy Filho ingressou no Itaú em 2001 e ocupou diversas posições na instituição financeira até se tornar sócio, em 2011. O executivo, formado em administração de empresas pela FAAP, assumiu o cargo de CEO do banco em 2021, ano em que teve remuneração anual de R$ 52,9 milhões, de acordo com os dados divulgados pela Forbes. 

4º. Pedro Zinner, da Eneva

Formado em economia pela PUC RJ em 1997, fez MBA em Finanças Analíticas e Contabilidade na University of Chicago Booth School of Business e estudou educação executiva no MIT Sloan School of Management. O maior salário anual de Zinner foi de R$ 52,7 milhões em 2021. Pedro Zinner deixa o cargo no final de 2022 para seguir novos desafios profissionais. Antes de se tornar CEO da empresa produtora de gás privado, o executivo trabalhou em cargos de liderança, como na BG Group e na Vale. 

5º. Gilberto Tomazoni, da JBS

Engenheiro mecânico pós-graduado em gestão, Gilberto Tomazoni assumiu como CEO da JBS em 2018, mas já havia sido presidente executivo da Seara Alimentos. Sua remuneração anual foi de R$ 52,6 milhões, segundo a Forbes. Com sólida carreira no setor alimentício, já trabalhou na Sadia, onde começou como trainee, e na Bunge. 

6º. Bruno Lasansky, da Localiza

Formado em engenharia industrial pelo Instituto Tecnológico de Buenos Aires, com MBA pela Wharton School nos Estados Unidos, o CEO da empresa de aluguel de veículos foi nomeado ao cargo em 2021, ano em que, segundo a lista da Forbes, sua maior remuneração anual foi de R$ 29,7 milhões. Até então, ele era COO (Diretor de Operações) da companhia, tendo atuado em todas as divisões da empresa. 

7º. Octavio de Lazari Júnior, do Bradesco

O executivo formado pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de Osasco ingressou no Bradesco em 1978 como office boy em uma agência bancária e, de lá para cá, passou por diversos setores da instituição financeira até se tornar diretor-presidente do Grupo Bradesco Seguros. No ano seguinte, foi anunciado como presidente da holding. Sua maior remuneração anual conforme os dados de 2021 divulgados pela Forbes foi de R$ 29,3 milhões.

8º. Luis Henrique Guimarães, do grupo Cosan

Formado em estatística, com MBA pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o CEO da empresa do setor de petróleo e gás assumiu o cargo em 2021. Ele já havia presidido a Raízen desde 2016. Guimarães também acumulou cargos executivos na Shell, inclusive internacionalmente, por mais de duas décadas. Pela lista da Forbes, sua maior remuneração anual foi de R$ 27,6 milhões em 2021. 

9º. Paulo Moll, da Rede D’Or

Bacharel em economia pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e membro do conselho da Associação Nacional de Hospitais Privados – ANAHP, o executivo está na Rede D’Or desde 2002. De acordo com a classificação divulgada pela Forbes, o maior salário anual do CEO em 2021 foi de R$ 27,2 milhões.

10º. Roberto Simões, da Braskem

O executivo é formado em engenharia mecânica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, antes de assumir o comando da companhia, já foi vice-presidente executivo da própria Braskem entre 2004 e 2008. Ao longo da carreira, passou por companhias como Ocyan Participações, Odebrecht Defesa e Tecnologia, Santo Antonio Energia e pelo portal IG. De acordo com a lista divulgada, Roberto Simões teve como maior remuneração anual a quantia de R$ 24 milhões em 2021. Roberto Simões deixa o comando da empresa no final de 2022.

Fonte: Forbes/Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

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