Preconceito dos recrutadores e gestores na hora de escolher os funcionários faz com que companhias adotem novos métodos durante recrutamento e seleção.
No formato de apresentação do programa internacional The Voice, audições às cegas na primeiras etapas, quando o cantor ouve o candidato e, sem olhar para o rosto dele, tem apenas a voz de parâmetro para avaliar o talento de quem participa da seletiva.
Isso, na maioria das vezes, não ocorre no processo de contratação do funcionário em uma empresa. O cara a cara faz o recrutador ter acesso a características a mais para a escolha da pessoal “ideal” para a vaga, como a aparência, a voz, o jeito da pessoa e outras questões que, em tese, não interferem na competência do profissional.
Esses fatores aumentam o risco de a pessoa do recursos humanos ou o gestor da vaga concorrida avaliarem de forma inadequada os candidatos. É o viés inconsciente, que diz respeito ao preconceito que atrapalha o processo de contratação.
Seja na quantidade de filhos, na escola X ou Y que o candidato se formou ou na orientação sexual dele… O desafio de muitas empresas nos últimos tempos é tentar amenizar essa interferência, que muitas vezes faz com que o funcionário ideal perca a oportunidade por conta das crenças pessoais de quem faz a escolha de quem contratar.
Empresas driblam o viés inconsciente
Comandada por Luiza Helena Trajano, uma das mais influentes mulheres quando o assunto é empreendedorismo e diversidade, a Magazine Luiza abriu o processo seletivo de trainee às cegas em 2019. O objetivo foi selecionar os potenciais candidatos apenas pelo fit cultural, sem considerar o curso realizado ou as características sociais como gênero e idade.
Já a plataforma de contratação Gupy, usada por grandes empresas brasileiras no processo de recrutamento e seleção, promete reduzir os impactos do viés inconsciente nas primeiras etapas do processo seletivo. É a inteligência artificial que seleciona os candidatos para a entrevista, de acordo com os testes comportamentais e de compatibilidade com a cultura da empresa.
Na plataforma, que é desenvolvida por uma das maiores empresas para se trabalhar em 2019, segundo o Great Place to Work, os candidatos cadastram o currículo e respondem como reagiriam a determinada situação na empresa, por exemplo. É a etapa do fit cultural, que consiste em analisar se os valores, os ideias e os objetivos estão alinhados ao que a empresa precisa. E só isso é levado em consideração.
Mas na etapa de entrevista, é indispensável a participação de um ser humano. E para reduzir o viés inconsciente, algumas empresas optam por fazer a entrevista apenas com áudio. Assim, os gestores deixam de ser influenciados pela aparência de quem está concorrendo à vaga.
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